A Prece da Semente
- Búzio o Bardo
- 4 de out. de 2021
- 1 min de leitura
Atualizado: 2 de ago. de 2022

Jardineiro meu,
no teu corpo dois corações.
Vontades díspares encontraram-se
na luz da esperança
no brotar da minha semente.
Rega a terra de mansinho,
molha-me de amor
mas não percas o pudor!
Água a mais mata como água a menos.
Deixa os vasos crescerem
as raízes correm livres
tira do sentido tanta poda
pois na volta do futuro
todo sábio é cego.
Fica feliz por onde as varas forem
no inesperado natural
que jamais atraiçoa a beleza
por onde segue
a força da vida
o toque divino
que também há em ti!
Não te choque a bravura
alegra-te o que é teu
não chores sobre a diferença
aí também és tu.
Jardineiro meu,
só dessas mãos podia ter vindo
por isso ama-me os ramos torcidos
a teimosia das raízes
e os meus verdes esquisitos.
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